José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – A atividade cerebral depende do balanço entre sinais excitatórios e sinais inibitórios trocados pelos neurônios. Se as contribuições excitatórias e inibitórias forem transmitidas com um mesmo atraso no tempo, a rede neuronal é capaz de apresentar uma atividade dessincronizada. Contudo, se a inibição atrasar além de certo limite, isso poderá levar a rede a um estado altamente sincronizado, característico das crises epilépticas.
Esta é a conclusão do artigo “Influence of Delayed Conductance on Neuronal Synchronization”, publicado por Paulo Ricardo Protachevicz, Kelly Cristiane Iarosz e colaboradores no periódico Frontiers in Physiology.
Protachevicz e Iarosz são pós-doutorandos no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), sob a supervisão de Iberê Luiz Caldas, que também assina o artigo.
“Descobrimos que a transmissão inibitória precisa ser rápida o suficiente para evitar que estados altamente sincronizados ocorram na rede. O ideal é que a rede neuronal seja capaz de sincronizar, mas que não fique demasiadamente sincronizada durante todo o tempo”, diz Protachevicz à Agência FAPESP.
“Além disso, observamos que a sincronização encontrada está associada a mudanças (aumento ou redução) da frequência média de disparos na rede neuronal. Também a intensidade da corrente média assume valores mais altos ou mais baixos nas regiões de sincronização”, acrescenta.
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