Os dados preliminares de um estudo recente revelam uma variante mais agressiva do vírus Oropouche (OROV) relacionado ao ressurgimento da febre do oropouche no país desde novembro de 2023. Essa variante foi identificada entre 2023 e 2024 e apresenta uma capacidade de replicação até cem vezes maior do que a cepa original, além de driblar parcialmente a resposta imune.
A febre do oropouche é transmitida por moscas hematófogas (que se alimentam de sangue) e pode causar sintomas como dor de cabeça, artralgia, mialgia, náusea, e até levar a complicações graves como meningite e meningoencefalite. Documentada na América do Sul desde os anos 1950, a doença tem mostrado um aumento dramático de casos recentemente. No Brasil, a incidência de infecções autóctones foi relatada em todas as regiões do país.
O estudo das universidades Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo (USP), Kentucky, Texas, e outros, revela que a nova variante do OROV é muito mais virulenta e difícil de ser neutralizada pelas defesas imunológicas existentes. A pesquisa foi liderada por Gabriel C. Scachetti e Julia Forato da Unicamp, com a colaboração das professoras Ester Sabino e Camila Romano da USP.
A pesquisa realizada por um time de pesquisadores de instituições nacionais e internacionais contou com a participação da Professora Associada da FMUSP e coordenadora do LIM46: Laboratório de Parasitologia Médica, Dra. Ester Sabino, e da Pesquisadora Científica do LIM52: Laboratório de Virologia, Dra. Camila Malta Romano.
O artigo completo intitulado Reemergence of Oropouche virus between 2023 and 2024 in Brazil pode ser acessado em: www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.27.24310296v1
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