Descoberto gene que pode proteger contra a COVID-19

2 de dezembro de 2024

Durante a pandemia, um estudo realizado pela USP trouxe respostas e novas possibilidades para o combate ao SARS-CoV-2. Pesquisadores analisaram o sangue de seis casais sorodiscordantes, onde apenas um dos cônjuges foi infectado e o outro permaneceu assintomático, mesmo com intenso contato. A pesquisa revelou que as mulheres resistentes apresentavam uma superexpressão do gene IFIT3, uma descoberta promissora que pode abrir portas para novos antivirais.

Esse gene é conhecido por ajudar a proteger contra outras infecções virais, mas o estudo foi pioneiro em provar sua eficácia contra a COVID-19. A proteína que ele codifica se liga ao RNA do vírus e impede sua replicação, dificultando sua propagação nas células. Em outras palavras, mesmo que essas mulheres tenham sido expostas ao vírus, a replicação foi bloqueada e a doença não se desenvolveu.

A pesquisa foi realizada pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL), um Centro de Pesquisa, inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, sediado na USP. Teve início em 2020, no começo da pandemia, e as análises foram realizadas em duas etapas, uma em 2020 e outra em 2022, após dois ciclos de vacinação, com resultados que mostraram que as mulheres mantiveram a resistência, com uma expressão do IFIT3 significativamente maior que seus parceiros, e as mulheres do grupo-controle, no entanto, desenvolveram COVID-19.

“Sem dúvida o grande resultado dessa pesquisa é que encontramos um biomarcador de resistência ao vírus. O desenho do estudo nos permite ter certeza quase que absoluta de que as mulheres foram expostas ao vírus e apresentaram resistência. Também reproduzimos em laboratório o que pode ter acontecido em suas células quando entraram em contato com o SARS-CoV-2”, afirma Edecio Cunha Neto, Coordenador do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia (LIM 60) e Professor Associado da FMUSP.

O artigo completo intitulado Potential protective role of interferon- induced protein with tetratricopeptide repeats 3 (IFIT3) in COVID-19  pode ser acessado em: www.frontiersin.org/journals/cellular-and-infection-microbiology/articles/10.3389/fcimb.2024.1464581/full

Para conferir a matéria completa de Maria Fernanda Ziegler publicada na Agência FAPESP clique aqui.

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