Estudo associa sintomas duradouros da COVID-19 à inatividade física

26 de janeiro de 2023

Theo Ruprecht | Agência FAPESP – O elo entre sintomas da COVID-19 e a inatividade física torna-se cada vez mais evidente. Em estudo publicado recentemente no periódico Scientific Reports, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apontam que pacientes com ao menos um sintoma persistente da infecção pelo coronavírus têm um risco 57% maior de serem sedentários. Esse número cresce para 138% entre aqueles que reportam cinco ou mais “sequelas pós-agudas do SARS-CoV-2”, como dizem os pesquisadores.

“Apesar de ser um estudo transversal, os resultados dessa investigação destacam a importância de discutirmos e estimularmos a atividade física também durante a pandemia”, afirma Hamilton Roschel, um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da USP.

O trabalho, que teve o apoio da FAPESP, é um dos primeiros a avaliar o efeito da atividade física no contexto da COVID longa, quadro usualmente caracterizado pela persistência de sintomas por ao menos dois meses – e que não podem ser explicados por outros problemas que não a infecção por esse vírus.

Relatório de 2020 já dava conta de que 76% dos pacientes internados por causa do coronavírus reportaram pelo menos um sintoma persistente seis meses depois da alta.

Um estudo transversal

Os dados analisados foram coletados no âmbito do COVID-19 Study Group, que reúne pacientes internados no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Um total de 614 pessoas com idade média de 56 anos foram incluídas na investigação, todas com diagnóstico confirmado por testes laboratoriais.

De seis a 11 meses após as hospitalizações (que ocorreram entre outubro de 2020 e abril de 2021), elas foram examinadas e responderam a diversos questionários, que abrangiam a prática de atividade física, o estilo de vida e a possível presença de dez sintomas ligados à COVID-19 – de falta de ar a problemas de memória.

Mais informações, clique aqui.

Post Tagged with , ,

Desenvolvido e mantido pela Disciplina de Telemedicina do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP