Estudo propõe nova forma de detectar complicação provocada por P. vivax em paciente com malária

13 de janeiro de 2022

Luciana Constantino | Agência FAPESP – Em artigo publicado na revista eLife Sciences, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontam uma nova estratégia para detectar possíveis desequilíbrios e complicações em indivíduos infectados pelo Plasmodium vivax, um dos agentes causadores da malária.

De acordo com o estudo, analisar a biomassa total do protozoário no sangue dos pacientes pode ser mais eficaz para prever a extensão da infecção fora da circulação sanguínea do que medir a quantidade de parasitas vivos (parasitemia) nas amostras. A descoberta é mais um passo para novos diagnósticos e tratamentos, contribuindo até mesmo com a busca de uma vacina específica contra esse tipo de malária.

Considerada uma das doenças infecciosas que mais afetam a humanidade – com 229 milhões de novos casos no mundo somente em 2019 –, a malária pode ser causada por cinco diferentes espécies de protozoário do gênero Plasmodium. As mais prevalentes são falciparum – mais agressiva e para a qual foi aprovada uma vacina recentemente – e vivax, responsável por 84% dos casos no Brasil. A transmissão ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, quando infectada.

A doença provocada pelo P. vivax geralmente é mais branda. Porém, seu tratamento é potencialmente mais complexo porque formas dormentes do parasita podem se alojar por mais tempo no organismo, dificultando a eliminação. Além disso, pacientes que apresentam um forte desequilíbrio durante a infecção aguda podem estar em maior risco de piora do quadro clínico e desenvolvimento de sintomas graves após o início do tratamento. No entanto, resultados clínicos ruins aparecem mesmo com baixa parasitemia.

A pesquisa da Unicamp aponta que as alterações nos parâmetros clínicos e biomarcadores detectados no plasma de pacientes com Plasmodium vivax são resultado de respostas sistêmicas e da infecção local, principalmente na medula e no baço.

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