Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Homens que tiveram uma relação de superproteção com o pai, com perda de autonomia durante a infância e a adolescência, apresentaram um risco 12% maior de morrer antes dos 80 anos do que aqueles que não tinham um pai controlador. Entre as mulheres o risco foi ainda maior: aquelas que relataram ter um pai autoritário, superprotetor, apresentaram risco 22% maior de morrer antes dos 80 anos.
Por outro lado, as mulheres que durante a infância e adolescência receberam um alto nível de cuidado de uma mãe presente apresentaram risco 14% menor de morrer prematuramente do que as que foram negligenciadas. Outro dado interessante sobre o impacto da relação parental na longevidade é que homens que passaram a infância ou a adolescência morando somente com um dos pais tiveram um risco 179% maior de morrer antes dos 80 anos quando comparados àqueles que viveram com ambos os genitores.
Esses foram os resultados de uma pesquisa feita com quase mil idosos britânicos no âmbito do Estudo Longitudinal de Saúde da Inglaterra (Elsa, na sigla em inglês). Os dados foram divulgados na revista Scientific Reports por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London (Reino Unido). Vale ressaltar que os participantes incluídos nessa análise nasceram na década de 1950 e 1960. “Os resultados são um retrato de indivíduos que hoje teriam uma idade mais avançada. Portanto, não significa que teríamos resultados iguais com a geração de hoje”, afirma Tiago Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e coordenador da pesquisa.
Com apoio da FAPESP, os cientistas analisaram 941 casos de óbito (445 mulheres e 496 homens) entre os participantes do Elsa.
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