Grupo da Unifesp investiga a diversidade de bactérias E. coli em pacientes hospitalizados

3 de fevereiro de 2023

Ricardo Muniz | Agência FAPESP – O intestino do ser humano é um ambiente repleto de microrganismos coletivamente chamados de microbiota intestinal. Essa flora, na maioria dos indivíduos, é benéfica à saúde, fortalecendo o sistema imunológico, melhorando o metabolismo e desempenhando diversas funções no organismo.

Uma das bactérias que fazem parte desse ambiente é a Escherichia coli. Praticamente todas as pessoas possuem essa bactéria no intestino, onde desempenha funções relevantes, como, por exemplo, a produção de alguns tipos de vitaminas. “Mas existe uma diversidade genética muito grande dentro da espécie, sendo que alguns de seus membros são patogênicos, isto é, causam doenças, como, por exemplo, infecções do trato urinário”, explica Tânia Gomes do Amaral, pesquisadora do Laboratório Experimental de Patogenicidade de Enterobactérias da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp). “A E. coli é o principal agente desse tipo de infecção tanto entre indivíduos saudáveis quanto entre pessoas que estão hospitalizadas ou usufruindo de serviços associados à assistência à saúde.”

Amaral assina com 12 colegas artigo publicado na revista Pathogens sobre virulência e resistência a antibióticos dessa bactéria entre pacientes hospitalizados. “Focamos nosso estudo na população internada, pois pacientes que permanecem hospitalizados por longos períodos têm mais chances de passar por diversos procedimentos, como, por exemplo, a utilização de sondas urinárias ou de acessos venosos. Embora esses procedimentos sejam feitos para garantir suporte à vida, podem facilitar a entrada de bactérias no corpo e promover infecção”, diz Amaral, que obteve em 1988 seu doutorado em microbiologia e imunologia pela EPM, com parte da pesquisa conduzida na New York University Medical School e no Center for Vaccine Development (Baltimore, EUA).

O trabalho agora publicado recebeu apoio da FAPESP por meio de três projetos (18/17353-719/21685-8 e 17/14821-7). O principal objetivo foi conhecer e entender a diversidade das E. coli que colonizam o intestino de pessoas hospitalizadas, avaliando aspectos relacionados ao potencial de causar infecção e o perfil de resistência aos antibióticos. Além disso, verificou-se quais bactérias causaram infecção nos pacientes durante o período do estudo para confirmar a frequência das chamadas infecções endógenas – causadas por bactérias da microbiota do próprio paciente.

Mais informações, clique aqui.

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