Grupo da USP investiga impactos da COVID-19 no cérebro humano

10 de agosto de 2021

Agência FAPESP* – Experimentos com organoides cerebrais, chamados popularmente de minicérebros, foram essenciais para a identificação do vírus zika como agente causador de microcefalia. Agora, esse mesmo modelo de estudo será usado por pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur (SPPU, na sigla em inglês) da Universidade de São Paulo (USP) para investigar os possíveis danos causados pelo novo coronavírus no cérebro.

Além dos organoides cerebrais, também serão usados neurônios corticais (de uma região do cérebro conhecida como córtex), ambos produzidos a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSC, na sigla em inglês) – técnica que possibilita reprogramar uma célula adulta para que retorne a um estágio não diferenciado.

“Ao ser manipulada em laboratório, a célula volta a ter comportamento embrionário e, assim, pode ser transformada em qualquer tipo de célula”, explica a pós-doutoranda Fabiele Baldino Russo, em entrevista à Assessoria de Comunicação da SPPU.

O procedimento descrito pela bióloga possibilita criar aglomerados celulares com a mesma estrutura e função de um cérebro. “Essas estruturas mimetizam muito bem o que ocorre nos tecidos humanos que enfrentam infecções”, acrescenta Russo.

Os resultados da pesquisa deverão ajudar a compreender a patogenicidade e os mecanismos de infecção do SARS-CoV-2 no cérebro. Isso porque há cada vez mais relatos clínicos de pacientes com COVID-19 com danos neurológicos, confusão mental, perda de paladar e olfato, convulsões, distúrbios motores e encefalite.

O material biológico necessário à pesquisa está sendo obtido com dentes de leite cedidos por voluntários. A partir das células-tronco extraídas da polpa dentária, são produzidos in vitro os neurônios, em 2D, e os organoides cerebrais, em 3D, que depois serão infectados com o SARS-CoV-2. Dessa forma, espera-se conseguir analisar os tipos celulares mais afetados pelo vírus, além de verificar se ocorre morte celular.

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