Investir em pesquisa é crucial para reduzir o custo e ampliar o acesso a terapias oncológicas

18 de maio de 2023

Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Existe um certo otimismo pairando na área de oncologia. Nos últimos dez anos, houve uma evolução grande no conhecimento científico que, além de melhorar as terapias existentes e aumentar a sobrevida dos pacientes com câncer, trouxe também novas formas de tratamento. Embora muito ainda precise ser feito em relação a estratégias de prevenção e acesso a tratamentos, há uma expectativa de que, na próxima década, os avanços sejam ainda maiores.

“É claro que não se fala em cura do câncer, pois não se trata de uma doença única. As causas, o perfil de evolução e as possibilidades de tratamento são completamente diversos”, afirmou Celso Darío Ramos, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp), durante evento realizado em abril no âmbito do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação.

Ramos tem trabalhado com medicina nuclear, área envolvida tanto no tratamento quanto no diagnóstico do câncer – e dessa junção surgiu o termo “teranóstico”. “Por exemplo, um átomo radioativo pode ser introduzido em um peptídeo que se liga à membrana do tumor. Dependendo do átomo radioativo, ele pode tanto mapear o tumor [diagnóstico], como produzir energia para irradiar o tumor [terapia]. Portanto, em vez de utilizar um anticorpo inteiro, uma molécula enorme, usamos apenas peptídeos. Em relação à radioterapia há outra vantagem: a radiação é interna e não precisa ultrapassar a pele, os ossos e músculos para chegar ao tumor. É muito mais direta, não atinge tecidos vizinhos”, explicou o pesquisador.

O estudo da medicina teranóstica no tratamento do câncer será o foco de um dos novos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) recentemente aprovados pela FAPESP. Com sede na Unicamp, o Centro de Inovação Teranóstica em Câncer (CancerThera) é coordenado pelo professor Carmino Antonio de Souza. Ramos integra o grupo de pesquisadores principais (leia mais em: agencia.fapesp.br/41018/).

Mais informações, clique aqui.

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