Tecnologia criada na USP protege os compostos bioativos dos alimentos durante a digestão

12 de junho de 2023

Os compostos bioativos, presentes principalmente em frutas e hortaliças, exercem diferentes ações biológicas no organismo associadas à promoção da saúde e ao aumento do bem-estar. A eles são atribuídos efeitos antioxidante, antidiabético, antienvelhecimento e anticancerígeno, entre outros.

Cientistas vêm estudando maneiras de otimizar a absorção desses compostos no trato digestivo, aumentando sua biodisponibilidade. Uma dessas maneiras é nanoencapsular as substâncias para que sejam liberadas lentamente, resistindo ao processo digestório e à ação das bactérias da microbiota intestinal.

É o que vêm fazendo dois cientistas do Departamento de Ciência dos Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) em diversos trabalhos, o mais recente publicado no International Journal of Biological Macromolecules. Ambos são integrantes do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.

“Utilizamos a pectina extraída de resíduos do albedo [a parte branca] e da casca de frutos cítricos, com grau de pureza que permite o consumo alimentício. Elas foram preparadas por métodos que excluem qualquer componente químico prejudicial à saúde humana”, conta João Paulo Fabi, coautor do trabalho e professor da FCF-USP.

No artigo de revisão, os cientistas descrevem o uso das pectinas como material para encapsulação de compostos bioativos. Além disso, apresentam uma nova tecnologia desenvolvida pelo grupo. “Formamos um nanocomplexo de pectina com lisozima, substância segura para consumo alimentício extraída da clara do ovo, que dá mais estabilidade ao produto. E, assim, formamos uma rede protetora para um composto bioativo muito sensível: a antocianina”, resume.

Antocianinas são pigmentos solúveis em água pertencentes ao grupo dos flavonoides, compostos fenólicos presentes em vegetais e responsáveis por uma grande variedade de cores observadas em flores, frutos, folhas, caules e raízes de plantas, cuja coloração pode variar do vermelho carmim ao violeta/azul.

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