Suplementação alimentar com óleo de coco pode causar obesidade, diz estudo

4 de julho de 2023

Artigo publicado no Journal of Functional Foods demonstrou que camundongos com a alimentação suplementada com óleo de coco apresentaram alterações importantes no consumo alimentar, maior ganho de peso, comportamento ansioso e aumento de marcadores inflamatórios no sistema nervoso central, tecido adiposo e fígado. Os pesquisadores também observaram que a capacidade da leptina e da insulina (dois hormônios centrais para o metabolismo) de ativar mecanismos celulares responsáveis, por exemplo, pela saciedade e controle da glicemia, estava prejudicada. Além disso, os mecanismos bioquímicos envolvidos com a síntese de gordura estavam estimulados.

“Os dados sugerem que, embora o processo seja lento e silencioso, a suplementação com óleo de coco por longos períodos pode levar a alterações importantes no metabolismo que contribuem para o desenvolvimento de obesidade e comorbidades associadas”, afirma Marcio Alberto Torsoni, do Laboratório de Distúrbios do Metabolismo (LabDiMe) da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp). O LabDiMe é vinculado ao Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP – e ao Metabolic Programming and Perinatal Management Center (MPPM) dos National Institutes of Health (NIH, Estados Unidos).

O consumo excessivo de gordura de origem animal está relacionado ao aumento no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, além de obesidade e diabetes. Um dos componentes dessa dieta é o colesterol, mas esse tipo de gordura também apresenta ácido graxo saturado (AGS) na composição – popularmente conhecido como “gordura saturada”. Esses ácidos graxos são capazes de ativar processos inflamatórios, por meio de receptores conhecidos como Toll like receptor-4 (TLR-4), que podem levar ao desenvolvimento de doenças.

Os ácidos graxos saturados também podem ser obtidos de outras fontes, mesmo de origem vegetal, como é o caso do óleo de coco – no qual os AGS representam 90% dos lipídeos presentes. Embora parte importante desses lipídeos seja de AG pequenos, chamados de ácidos graxos de cadeia curta, a gordura saturada presente no produto tem potencial para ativar vias inflamatórias e causar danos em diferentes tipos celulares.

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